“Com a reabertura, o Museu do Ipiranga vem recebendo uma grande demanda por ingressos. Nosso site recebe milhares de acessos, de várias partes do Brasil, de forma que os ingressos se esgotam rapidamente.
Para que mais pessoas tenham a oportunidade de visitar o Museu, vamos oferecer novos lotes de ingressos todas as sextas-feiras, às 10h.
Contamos com a compreensão de todos. Estamos em fase de adaptação, testando o funcionamento de nossa nova infraestrutura. Nos próximos meses, pretendemos ampliar a oferta de ingressos.”
Quem acessa o site do Museu do Ipiranga, lê o aviso acima. Desde a reabertura do Museu, em 07 de setembro, todo o mundo quer ver o resuktado da reforma que durou quase 10 anos.
O Museu do Ipiranga é a sede do Museu Paulista, especializado em história e cultural material. Ele integra a Universidade de São Paulo.
O edifício em que hoje estão instaladas as exposições e espaços para atividades educativas e culturais foi projetado para ser um monumento em comemoração à Proclamação da Independência, ocorrida em 1822. O edifício foi construído entre 1885 e 1890. Em 1894, o recém-criado Museu do Estado (Museu Paulista) foi transferido para o monumento.
Foi assim que as histórias do Museu público mais antigo de São Paulo e do Monumento à Independência se misturaram e, desde então, ele ficou conhecido como Museu do Ipiranga.
Ao longo dos anos, o Edifício-Monumento conviveu com problemas que comprometeram sua integridade física.
As infiltrações de águas das chuvas sob os telhados, por exemplo, não puderam ser resolvidas com as manutenções pontuais e rotineiras, o que contribuiu para sua degradação.
Em 2013, o prédio apresentava diversas rachaduras e umidade por trás da tinta plástica que não permitia que as paredes externas respirassem. Além disso, as paredes internas, feitas com tronco de palmeira juçara e argamassa, estavam cada vez mais deterioradas.
Os laudos apontavam também para a ameaça de queda dos forros de algumas salas, como as do Salão Nobre, Biblioteca e Auditório.
Diante desse cenário, decidiu-se pelo fechamento do Museu ao público em 3 de agosto de 2013.
Após o fechamento, o acervo do Museu – que conta com cerca de 450 mil peças entre mobiliário, roupas, quadros, itens de iconografia, fotos e documentos textuais – foi dividido entre endereços diferentes na região do Ipiranga.
Essa decisão foi tomada para facilitar o acesso a pesquisadores durante os anos em que permaneceria fechado.
Do acervo total, apenas 36 obras permaneceram no prédio durante a reforma com as devidas proteções, entre elas o quadro Independência ou morte, de Pedro Américo e as estátuas dos bandeirantes do saguão central.